Um poema de Martha Medeiros
Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência.
Eu acho este poema muito bonito. Menciona uma experiência que todo mundo pode passar. Às vezes não sumimos quando devemos nas situações ruins. É interessante, pois há muitas contradições. Também me faz sentir triste. Tem uma linguagem de saudade e do amor fracassado. Gosto da repetição e do tema. Vou ler mais poemas desta escritora. Vocês me recomendam mais poemas?