kamenko
UMA ARVORE Parece que a Moira Átropos está quase pronta para cortar o fio da minha vida. Sou velho e encurvado. Apagou-se o poder dos meus ombros e braços e o tempo tomou a beleza do meu rosto e o brilho dos meus olhos. As palmas das minhas mãos estão ásperas como a casca do nosso sobreiro alentejano. Deus, tomara que eu esteja uma árvore do meu Alentejo dourado. Um pinheiro alto, uma lança de Deus, verde e escura, apontada para o céu. Tomara que tenha a minha driáda, que iria cuidar de mim com todo carinho, qua iria assustar todas as sombras escuras da minha alta idade, que iria cantar com o vento na minha copa e que iria morrer comigo, como tinha sido determinado pelos deuses antigos. Mas, como os nossos avós dizem, que o homem propõe e Deus dispõe, e um dia a Átropos usará a sua tesoura, ou os lenhadores virão para abater a árvore para construir o estábulo em quintal de alguém. Isso é a vida meu amigo. Depois de nós alguém receberá a luz e alguém plantará uma árvore.
Apr 18, 2015 2:04 PM
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UMA ARVORE

Parece que a Moira Átropos está quase pronta para cortar o fio da minha vida. Sou velho e encurvado. Apagou-se o poder dos meus ombros e braços e o tempo tomou a beleza do meu rosto e o brilho dos meus olhos. As palmas das minhas mãos estão ásperas como a casca do nosso sobreiro alentejano. Deus, tomara que eu esteja (seja?) uma árvore do meu Alentejo dourado. Um pinheiro alto, uma lança de Deus, verde e escura, apontada para o céu. Tomara que tenha a minha dríada, que iria cuidar de mim com todo carinho, qua iria assustar todas as sombras escuras da minha alta idade, que iria cantar com o vento na minha copa e que iria morrer comigo, como tinha sido determinado pelos deuses antigos. Mas, como os nossos avós dizem, que o homem propõe e Deus dispõe, e um dia a Átropos usará a sua tesoura, ou os lenhadores virão para abater a árvore para construir o estábulo em quintal de alguém. Isso é a vida, meu amigo. Depois de nós, alguém receberá a luz e alguém plantará uma árvore.

April 18, 2015

UMA ÁRVORE

Parece que a Moira Átropos está quase pronta para cortar o fio da minha vida. Sou velho e encurvado. Apagou-se o poder dos meus ombros e braços e o tempo tomou a beleza do meu rosto e o brilho dos meus olhos. As palmas das minhas mãos estão ásperas como a casca do nosso sobreiro alentejano. Deus, tomara que eu seja uma árvore do meu Alentejo dourado. Um pinheiro alto, uma lança de Deus, verde e escura, apontada para o céu. Tomara que tenha a minha driáda, que cuidaria de mim com todo carinho, que assustaria* todas as sombras escuras da minha alta idade, que cantaria com o vento na minha copa e que morreria comigo, como tinha sido determinado pelos deuses antigos. Mas, como os nossos avós dizem, que o homem propõe e Deus dispõe, e um dia a Átropos usará a sua tesoura, ou os lenhadores virão para abater a árvore para construir o estábulo no quintal de alguém. Isso é a vida,** meu amigo. Depois de nós alguém receberá a luz e alguém plantará uma árvore.

 

<em>*Se você quer utilizar o subjuntivo/conjuntivo nessas frases, soa melhor conjulgar o próprio verbo principal. Mas caso você queira usar o verdo "ir", conjulgue-o no futuro e deixe o verbo seguindo no infinitivo "[...] que irá cuidar de mim [...] que irá assustar todas as sombras". Escrever "iria cuidar" ou "iria assustar" pode gerar uma ambiguidade, onde há uma ideia de desejo passado não realizado, mas não está errado.</em>

<em>** "Meu amigo" é um aposto e vem precedido de vírgula.</em>

April 20, 2015
Sempre muito bom!
April 19, 2015
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