André
Ensaio: Parceiros de Idiomas (parte 1) Sobre a Origem dos Intercâmbios Linguísticos por Meio da Selecção Social ou a Preservação de Parceiros Favorecidos na Luta pela Aprendizagem de uma Nova Língua INTRODUÇÃO O ensaio é apresentado com o intuito de examinar o processo de contatar falantes da nossa língua-alvo. Está baseado na experiência de 52 conversas e 137 pessoas contatadas através dos 3 sites de intercâmbio linguístico com mais tráfego segundo Alexa e Google Analytics. Não obstante, o ensaio reflete exclusivamente as reflexões do autor. I. O DEZ POR CENTO Um martelo pode ser usado para construir ou para destruir. O desenvolvedor da ferramenta cria ela com uma função, mas o uso é determinado socialmente. A função é fixa; o uso é dinâmico. E um site de intercâmbio linguístico não escapa dessa realidade. Não aludiremos à presença ou ausencia de vontade intrínseca, mas a algo mais fundamental. Trata-se da intenção subjacente. Se apenas 10% dos cadastrados tem o objetivo de aprender uma língua estrangeira, qual o uso definido pela esmagadora maioria? II. O NOVENTA POR CENTO (A) Quando uma mensagem contém como cumprimento "Oi gostoso/a" seguido por um pedido para saber o tamanho de uma ou mais partes do nosso corpo, é claro que essa pessoa não procura aprender a nossa língua nativa. Já aqueles que só revelam intenções similares depois de várias interações podem chegar a ser mais nocivos. Não é à toa que se vem discutindo por séculos se o ser humano é definido pela cultura ou pela biologia. Não pretenderemos resolver essa dicotomia aqui, mas nos afastaremos de determinismos de qualquer extremo e a abordagem será dialética. Condenar a esse 90% seria esquecer que talvez, inconscientemente, toda pessoa procura o mesmo por razões biológicas. Não há pior escravo que aquele que acredita que é livre. E nós não somos livres da nossa biologia. Porém, há sites especializados onde quem procura um relacionamento talvez teria mais sucesso—com ênfase em "talvez" dado que pesquisas realizadas em 80 países concluíram que quando uma pessoa está apaixonada, apenas 20% das qualidades atribuidas à outra pessoa correspondem a qualidades objetivas e o restante 80% está na cabeça da pessoa apaixonada. Será tarefa do leitor imaginar o que acontece com essas porcentagens quando o relacionamento é pela internet.
Jul 7, 2015 3:52 AM
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Ensaio: parceiros de idiomas (parte 1)

Sobre a origem dos intercâmbios linguísticos por meio da selecção social ou a preservação de parceiros favorecidos na luta pela aprendizagem de uma nova Língua

INTRODUÇÃO
O ensaio é apresentado com o intuito de examinar o processo de contatar falantes da nossa língua-alvo. Está baseado na experiência de 52 conversas e 137 pessoas contatadas através dos 3 sites de intercâmbio linguístico com mais tráfego segundo Alexa e Google Analytics. Não obstante, o ensaio reflete exclusivamente as reflexões do autor.

I. O DEZ POR CENTO
Um martelo pode ser usado para construir ou para destruir. O desenvolvedor da ferramenta cria ela com uma função, mas o uso é determinado socialmente. A função é fixa; o uso é dinâmico. E um site de intercâmbio linguístico não escapa dessa realidade. Não aludiremos à presença ou ausência de vontade intrínseca, mas a algo mais fundamental. Trata-se da intenção subjacente.
Se apenas 10% dos cadastrados tem o objetivo de aprender uma língua estrangeira, qual o uso definido pela esmagadora maioria?

II. O NOVENTA POR CENTO (A)
Quando uma mensagem contém como cumprimento "Oi gostoso/a" seguido por um pedido para saber o tamanho de uma ou mais partes do nosso corpo, é claro que essa pessoa não procura aprender a nossa língua nativa. Já aqueles que só revelam intenções similares depois de várias interações podem chegar a ser mais nocivos.
Não é à toa que se vem discutindo por séculos se o ser humano é definido pela cultura ou pela biologia. Não pretenderemos resolver essa dicotomia aqui, mas nos afastaremos de determinismos de qualquer extremo e a abordagem será dialética. Condenar a esse 90% seria esquecer que talvez, inconscientemente, toda pessoa procura o mesmo por razões biológicas. Não há pior escravo que aquele que acredita que é livre. E nós não somos livres da nossa biologia. Porém, há sites especializados onde quem procura um relacionamento talvez teria mais sucesso—com ênfase em "talvez" dado que pesquisas realizadas em 80 países concluíram que quando uma pessoa está apaixonada, apenas 20% das qualidades atribuidas à outra pessoa correspondem a qualidades objetivas e o restante 80% está na cabeça da pessoa apaixonada. Será tarefa do leitor imaginar o que acontece com essas porcentagens quando o relacionamento é pela internet.

 

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<em>Nossa! Muito bom Andrés, não encontrei muitos erros. Talvez uma pessoa mais capacitada seja capaz de encontrá-los. Estou de boca aberta aqui hahaha.</em>

July 7, 2015
@Arthur: Não sei a qual dado se refere, mas esse ensaio de 4 partes contém maioritariamente dados coletados por mim. Estou longe de ser um pesquisador profissional. Porém, o alvo era iniciar uma discussão e que todos os leitores reflitam e tirem suas próprias conclusões.
July 10, 2015
Muito Interessante! De onde é a fonte?
July 9, 2015
Muito bom!
July 8, 2015
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