Andrew
Um livro bom mas decepcionante Estava a viajar na China do oeste e encontrava-me numa cidade que chama-se Turpan. Ali não havia pousada da juventude mas só um hotel que disponha dum quarto partilhado para os viajantes. A parte de que prefiro encontrar outras pessoas e isto é mais fácil em quartos partilhados, viajando sozinho há também razões económicas que me fazem optar em geral por esta solução. No quarto não havia outra gente e só no segundo dia chegou uma rapariga de Taiwan e no terceiro dois rapazes de Suiça. Estes dois eram extremamente educados. Entraram no quarto quando parecia que eu estava a dormir mas na realidade ainda estava desperto e eles falavam tão baixo que quase não percebia que tinha entrado gente. Me apresentei e falamos um bocadinho. Tratavam-me por você em francês e eu por reflexo também me forcei a seguir o seu exemplo ainda que me parecesse estranho. Mi plano era de partir dali o dia seguinte. Tinha reservado um bilhete de comboio para uma viagem de 1400 km em 36 horas. O comboio mais rápido estava cheio e só restava este. Os rapazes suíços propuseram-me de tomar um livro e trocamos o que acabava de terminar por um que eles também tinham lido. Era um livro famoso, disseram-me dando-o e se bem não conhecesse eu gostaria dele. Assim que acomodei-me no meu local no comboio a gente estava curiosa de saber de onde vinha e o que eu fazia ali, mas a maioria falava a língua de Xinjiang e não se podia comunicar comigo. Comecei a ler a novela. A autora dizia que era o relatório da sua vida de pequena quando escapou de Bélgica sob os nazis e refugiou-se em outros países até que regressou depois de três anos a sua casa. Tudo isto caminhando a pé e tendo experiências muito singulares, como quando esteve perto de ser atacada por um soldado alemão e salvou-se matando-o com a pistola dele. E sobretudo quando viveu por um tempo determinado com uma alcateia de lobos. Achei que o conto era exagerado mas não duvidei da sua veracidade de fundo. O livro era realmente realmente giro. Um dia de volta a Itália fui a montanha com duas amigas e caminhando falámos de leituras recentes. Eu aconselhei-lhes que lessem aquele livro mas uma delas perguntou-me, como é que não sabes? A autora desse livro foi descoberta de ter inventado a sua história e ter dito que era a sua vida real porque os pormenores não correspondiam com factos históricos conhecidos. Entretanto as vendas tinham-lhe feito ganhar uma fortuna e eu tinha crido quase tudo o que contou
Nov 30, 2015 9:36 PM
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Um livro bom mas decepcionante*

Estava a viajar no Oeste da China, numa cidade chamada Turpan. Ali não havia pousadas da juventude mas apenas um hotel que dispunha de um quarto partilhado para os viajantes. A parte de que gosto mais é conhecer novas pessoas e isto é mais fácil estando num quarto partilhado. Ao viajar sozinho são motivos económicos que me fazem optar, em geral, por esta solução. 

No meu quarto não havia mais ninguém e só no segundo dia é que chegou uma rapariga de Taiwan sendo que no terceiro dia chegaram dois rapazes da Suiça. Estes eram extremamente bem-educados. Entraram no quarto quando parecia que eu estava a dormir mas na realidade ainda estava acordado, eles falavam tão baixo que eu quase não percebi que tinha entrado gente. Apresentei-me e falámos um bocadinho. Tratavam-me por você em francês, e, eu por reflexo também os tratei por você ainda que me parecesse estranho. 

O meu plano era de partir dali no dia seguinte. Tinha reservado um bilhete de comboio para uma viagem de 1400 km que ia durar 36 horas. O comboio mais rápido estava cheio e só restava este. Os rapazes suíços propuseram-me um livro e trocámos um que já tinha acabado de ler** por um que eles ainda não** tinham lido. Eles disseram-me ao dar-mo que era um livro famoso, e, que mesmo não conhecendo,** eu gostaria de o ler.

Assim que me sentei no meu lugar no comboio, a gente estava curiosa de saber de onde vinha e o que eu fazia ali, mas a maioria falava a língua de Xinjiang e não conseguia comunicar comigo. Comecei a ler o livro. A autora dizia que era o relatório da sua vida desde pequena quando escapou de Bélgica sob os nazis, e se refugiou noutros países, até que regressou depois de três anos a sua casa. Ela percorreu o caminho a pé e vivenciou experiências únicas: Esteve perto de ser atacada por um soldado alemão e salvou-se, matando-o com a pistola dele, ou, também, quando viveu, por um tempo indeterminado**, com uma alcateia de lobos.

Achei que a história era exagerado mas não duvidei da sua veracidade. O livro era realmente realmente giro. Um dia de volta a Itália fui a uma montanha com duas amigas, e, ao caminhar, falámos das nossas leituras mais recentes. Eu aconselhei-lhes que lessem aquele livro mas uma delas perguntou-me:***

- Como é que tu ainda não sabes?! A autora desse livro foi descoberta ao ter inventado a sua história, e, de ter dito que aquela era a sua biografia, porque os pormenores não correspondiam com factos históricos conhecidos.

Entretanto as vendas fizeram-na ganhar uma fortuna e eu tinha acreditado em quase tudo o que ela escreveu.


The text is very good and I liked it very much! 

*ATTENTION: This text was corrected in European Portuguese and may have some differences from the Brazilian variant of Portuguese.

** This was of difficult interpretation so I corrected accordingly with my interpretation of the story.

***This is a Portuguese Dialog rule.

December 1, 2015

Um livro bom mas decepcionante

Estava a viajar na China do oeste e encontrava-me numa cidade que chama-se Turpan. Ali não havia pousada da juventude mas só um hotel que disponha dum quarto partilhado para os viajantes. A parte de que prefiro encontrar outras pessoas e isto é mais fácil em quartos partilhados, viajando sozinho há também razões econômicas que me fazem optar em geral por esta solução.
No quarto não havia outra gente e só no segundo dia chegou uma rapariga de Taiwan e no terceiro dois rapazes de Suiça. Estes dois eram extremamente educados. Entraram no quarto quando parecia que eu estava a dormir mas na realidade ainda estava desperto e eles falavam tão baixo que quase não percebia que tinha entrado gente. Me apresentei e falamos um bocadinho. Tratavam-me por você em francês e eu por reflexo também me forcei a seguir o seu exemplo ainda que me parecesse estranho.
Meu plano era de partir dali no dia seguinte. Tinha reservado um bilhete de comboio para uma viagem de 1400 km em 36 horas. O comboio mais rápido estava cheio e só restava este. Os rapazes suíços propuseram-me de tomar um livro e trocamos o que acabava de terminar por um que eles também tinham lido. Era um livro famoso, disseram-me dando-o e se bem não conhecesse eu gostaria dele.
Assim que acomodei-me no meu local no comboio a gente estava curioso de saber de onde vinha e o que eu fazia ali, mas a maioria falava a língua de Xinjiang e não se podia comunicar comigo. Comecei a ler a novela. A autora dizia que era o relatório da sua vida de pequena quando escapou de Bélgica sob os nazis e refugiou-se em outros países até que regressou depois de três anos a sua casa. Tudo isto caminhando a pé e tendo experiências muito singulares, como quando esteve perto de ser atacada por um soldado alemão e salvou-se matando-o com a pistola dele. E sobretudo quando viveu por um tempo determinado com uma alcateia de lobos.
Achei que o conto era exagerado mas não duvidei da sua veracidade de fundo. O livro era realmente giro. Um dia de volta a Itália fui a montanha com duas amigas e caminhando, falávamos de leituras recentes. Eu aconselhei-lhes que lessem aquele livro mas uma delas perguntou-me, como é que não sabes? A autora desse livro foi descoberta de ter inventado a sua história e ter dito que era a sua vida real porque os pormenores não correspondiam com factos históricos conhecidos. Entretanto as vendas tinham-lhe feito ganhar uma fortuna e eu tinha crido quase tudo o que contou

November 30, 2015
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