Na recepção de um salão de convenções em Fortaleza.
Estrangeiro - Por favor, gostaria de fazer minha inscrição para o congresso. Recepcionalista - Pelo seu sotaque, vejo que o Senhor não é brasileiro! O Senhor é de onde?
E - Eu sou da Espanha.
R - Ah, legal! Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito. E - Desculpe, qual sala? R - Meia oito. Estrangeiro - Você pode escrever? R - Não sabe o que é meia oito? Sessenta e oito, assim, veja 68. E - Entendi, meia é seis! R - Correto, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação, a organização do congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material, como dvds e apostilas. O senhor gostaria? E - Quanto tenho que pagar? R - Dez reais, porém estrangeiros e estudantes pagam meia. E - Hum, que bom! Aí está seis reais! R - Não, o senhor paga meia, só cinco, entende? E - Pago meia, só cinco? R – Isso mesmo, meia é cinco. E– Tudo bem, entendi. R - Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia, Senhor? E - Então eu já me atrasei, porque já são nove e vinte. R - Não, ainda faltam dez minutos, como falei, só começa às nove e meia. E - Pensei que fosse às nove e cinco, pois meia não é cinco? Você pode escrever aqui a hora que começa? R - Nove e meia, assim, veja, nove horas e trinta minutos. E - Ah, entendi, meia é trinta. R - Isso mesmo, meia é trinta. Mais uma coisa, Senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado? E - Sim, eu já estou hospedado na casa de um amigo. R - Em qual bairro, Senhor? E - No trinta bocas. R - Trinca bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza. Não seria seis bocas? E - Isso mesmo, no bairro meia-boca. R - Não é meia-boca, é um bairro nobre, um bairro chique! E – Ah, então deve ser cinco bocas. R - Não, seis bocas, entende? Chama assim porque é um encontro de seis ruas, por isso seis bocas, entendeu? E - Ah, e quem há de entender!