Elena
Português: perguntas sobre o uso de conjuntivo nas frases Eu tenho dificuldade com o uso de conjuntivo e preciso da vossa ajuda! Aqui tenho algumas frases que não precebo muito. 1. Embora os moleiros moam muito trigo, têm vida difícil e ganham pouco. Para que vocês moam o café apropriadamente, precisam de uma máquina melhore do que esta. Na primeira frase, o verbo "moer" fica depois de "Embora" mas porque é que não se use conjuntivo? E a segunda frase também tem " para que" mas porque é que o verbo usa presente do indicativo? 2. Ela perguntou-me quando é que eu ia visitar a fundação. Ele perguntou-me se eu sabia quando é que eles chagavam a Portugal. Nestas duas frases, depois de oração principal, que tem verbo de pretérito perfeito do indicadivo, mas porque é que o verbo de oração subordinada usa imperfeito do indicativo? E na segunda frase, Porque é que o verbo "chegar" também está em imperfeito? 3. Não sei se ela vai à reunião logo à tarde. E porque é que o verbo ir está no indicativo quando não tem a certeza?
Nov 18, 2017 12:47 PM
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Eu tenho dificuldade com o uso de conjuntivo e preciso da vossa ajuda! Aqui tenho algumas frases que não precebo muito. 1. Embora os moleiros moam muito trigo, têm vida difícil e ganham pouco. Para que vocês moam o café apropriadamente, precisam de uma máquina melhore do que esta. Na primeira frase, o verbo "moer" fica depois de "Embora" mas porque é que não se use conjuntivo? E a segunda frase também tem " para que" mas porque é que o verbo usa presente do indicativo? - Elas estão no conjuntivo! O indicativo de moer é "eles moem". 2. Ela perguntou-me quando é que eu ia visitar a fundação. Ele perguntou-me se eu sabia quando é que eles chagavam a Portugal. Nestas duas frases, depois de oração principal, que tem verbo de pretérito perfeito do indicadivo, mas porque é que o verbo de oração subordinada usa imperfeito do indicativo? E na segunda frase, Porque é que o verbo "chegar" também está em imperfeito? - O certo /formal seria dizer "quando é que eu iria visitar", mas informalmente se o usa o imperfeito "ia" com o mesmo sentido, é mais comum. Mesma coisa na segunda frase. 3. Não sei se ela vai à reunião logo à tarde. E porque é que o verbo ir está no indicativo quando não tem a certeza? - Você precisaria do subjuntivo se houvesse alguma expressão como "Talvez ela vá" "Quem sabe ela vá", mas no caso "Não sei se" é uma oração diferente, ou seja, temos duas. Por exemplo: "Não sei se ele gosta de mim. "X "Talvez ele goste de mim."
November 18, 2017
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[2/2] A mesma coisa na segunda frase: 'sabia' está correto, pois se refere a saber no momento em que aquela pergunta foi feita; e, tecnicamente, seguindo a minha explicação no parágrafo anterior, deveria ser 'chegariam' ou 'iam chegar', mas é comum substituir o condicional pelo pretérito imperfeito nesses casos, especialmente no português europeu. Não sei até que ponto; no português brasileiro, às vezes fazemos isso, mas com alguns verbos fica bem estranho, então não sei qual seria a regra (por exemplo, 'gostava de saber' em vez de 'gostaria de saber' soa como um erro de conjugação para nós). Dá uma lida nos primeiros artigos desta busca: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/pesquisa/consultorio?termo=pret%C3%A9rito+imperfeito+condicional 3) Hahaha, boa pergunta. Creio que o fato de não saber se ela vai à reunião é, na verdade, uma certeza! :) Se ela vai ou não à reunião, não se tem certeza, mas o fato de não ter certeza sobre isso é, em si, uma certeza. (lol) Creio que essa seja a lógica. Nem sempre palavras como 'se', 'quando' ou 'que' precisam do conjuntivo: quando apenas expomos um fato (como ela ir ou não à reunião), utilizamos o indicativo: 'não sei se ela fez isso', 'não sei se ela gosta de mim', 'não sei se ela vai viajar'. O conjuntivo é necessário quando há uma relação de subordinação entre um fato hipotético e uma consequência a ele: 'Não sei se ela vai à reunião, mas, SE ELA FOR, SABEREMOS.' ('Saberemos' é consequência de 'se ela for', esta, sim, uma hipótese.) Até palavras como 'talvez' que, por natureza, exprimem incerteza, podem aceitar o indicativo em frases com um grau maior de convicção (ao menos no português brasileiro; apesar de gramaticalmente ser recomendado utilizar o conjuntivo, só por garantia): compara 'acho que talvez ela tenha ido à reunião' vs. 'acho que talvez ela foi à reunião' e 'acho que talvez ela fosse à reunião' vs. 'acho que talvez ela ia à reunião'. (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2510200705.htm)
November 18, 2017
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[1/2] 1) Os verbos estão no conjuntivo sim. =P Deves ter confundido porque os verbos de primeira conjugação (aqueles terminados em -ar) terminam em 'am' no presente do indicativo de terceira pessoal do plural ('matam'), enquanto terminam em 'em' no presente do conjuntivo para a mesma pessoa ('matem'). É o inverso para os verbos de segunda (terminados em -er) e terceira (terminados em -ir) conjugações. Claro, falando de verbos regulares aqui. 2) Porque se está contando uma história, um fato, um acontecimento. Ao iniciar uma ideia com um verbo no passado, os demais verbos relacionados a essa ideia devem ser adequadamente utilizados no pretérito perfeito ou imperfeito — dependendo da sua aplicação (foram ações finalizadas? Interrompidas? Simultâneas a outras? Hábitos antigos? Etc.) — ou no condicional (também chamado de 'futuro DO PRETÉRITO' na gramática brasileira, o que faz total sentido), caso o verbo em questão se refira a uma ideia FUTURA em relação àquele PASSADO. Logo, ao dizer que alguém PERGUNTOU algo a outro alguém, joga-se a ideia no passado; ir à fundação é uma ideia FUTURA em relação a esse PASSADO, logo, precisa-se do condicional: daí, podem-se usar tanto o condicional próprio em si, 'visitaria', ou a construção com o verbo 'ir' conjugado no pretérito imperfeito mais o verbo principal no infinitivo, 'ia visitar'; têm o mesmo valor. Sim, a frase também poderia utilizar o futuro (seja a conjugação futura normal ou a construção com o verbo 'ir' no presente mais o verbo principal no infinitivo): 'Ela perguntou-me quando é que eu [visitarei / vou visitar] a fundação.' Neste caso, porém, a ideia é futura em relação ao PRESENTE (quando se está falando essa frase), o que significa que a pessoa ainda não visitou a fundação. Utilizando o condicional, não se tem como saber se a pessoa já visitou ou não, a priori; apenas se cria uma associação entre o momento no passado em que a pergunta foi feita e a visita à fundação.
November 18, 2017
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