Contam de um episódio que envolveu uma erudita da língua em Portugal, Edite Estrela, e uma pessoa do povo... Não sei se é verdadeiro mas é bem engraçado, e penso que explica tudo...
Foi assim o diálogo:
P -- Eu vou para o Porto buscar o meu sogro e depois sigo para férias em Paris.
E -- O Senhor me desculpe a intromissão, dá-me licença de o corrigir?
P-- Claro, é uma honra para mim. Eu sou seu fã.
E-- Você não deveria ter dito "Eu vou para o Porto" mas "Eu vou ao Porto", pois esse não é o seu destino final.
P-- Ah, mas eu ainda ia ficar lá por um bom tempo.
E-- Mesmo assim nesse contexto deveria ter dito "ao Porto".
P-- Isso quer dizer que só posso dizer "para o Porto" se tiver a intenção de morrer, lá...
E-- Ah, ah, ah, claro que não... A educação deste país está mesmo muito mal...
O homem ficou com a cabeça para baixo muito pensativo...
E-- Ah me desculpe, não era nada pessoal, foi só um desabafo...
P-- Não é isso não! Tudo bem!
E-- Então o que é?
P-- Estava eu a pensar se, no caso de eu ficar zangado, deveria mandar você à merda ou para a merda! Costumo ouvir dizer "à merda", mas que seria de mim se você voltasse rapidinho?