Olá, David,
Algumas regiões de fato pronunciam essas vogais como “i” e “u”, mas o mais comum é que o “e” final átono seja reduzido não propriamente a “i”, mas a um alofone de timbre similar ao da vogal da palavra inglesa “bit”; e o “o” final átono não propriamente a “u”, mas a um alofone de timbre similar ao da vogal de “look”.
A diferença, entretanto, é pequena, e provavelmente passaria despercebida numa fala em ritmo normal. Isso porque, diferentemente do que ocorre no inglês em palavras como “bit” e “beat” ou “look” e “Luke”, não há verdadeiramente pares mínimos entre esses sons no português; as formas reduzidas só ocorrem em finais átonos, ao passo que “i” e “u” grafados no fim da palavra são sempre tônicos. Assim, por exemplo, vocábulos como “mente” (substantivo) e ”menti” (forma conjugada de “mentir”) distinguem-se não apenas pela vogal final, mas também pela sílaba sobre a qual recai a tonicidade: o primeiro é paroxítono; o segundo, oxítono.